terça-feira, 10 de novembro de 2009

José Bonifácio de Andrada e Silva: Tornou-se o principal organizador da Independência do Brasil e teve atuação destacada no processo constitucional juntamente com seus irmãos: Martim Francisco e Antonio Carlos. Atenuou as divergências políticas e ideológicas entre o imperador e a Assembléia Constituinte, onde representava a corrente mais conservadora. No entanto, a união dos Andradas com o imperador foi de curta duração. O autoritarismo de José Bonifácio gerou duras críticas por parte da oposição e a perda de seu prestígio frente ao imperador. Na oposição os Andradas passaram a combater ferozmente o governo de D. Pedro I, não somente na Assembléia, mas, sobretudo, no Tamoio, jornal que fundaram em agosto de 1823, cujo título - nome de uma tribo indígena que tinha aversão aos portugueses - mostra claramente sua orientação. O Tamoio era muito bem redigido, mas os princípios democráticos em seus editoriais contrastavam com o autoritarismo que caracterizou os Andradas na época em que eram ministros.

Visconde de Cairu (José da Silva Lisboa): Tentou reconciliar Portugal e Brasil e impedir a separação. Fundou, em 1821, o jornal O Conciliador do Reino Unido, em que defendeu os direitos do Príncipe-Regente e analisou as vantagens da monarquia constitucional. Defensor da centralização do poder, combateu na imprensa os revolucionários da Confederação do Equador. Foi Desembargador da Mesa do Paço e da Casa de Rogo, deputado e senador. Sua maior preocupação era o progresso do Brasil. Em 1832 lutou pela criação de uma Universidade no Rio de Janeiro, fato concretizado quase cem anos depois, com a fundação da UFRJ.

Frei Caneca (Joaquim da Silva Rabelo; mais tarde Joaquim do Amor Divino Rabelo): Freqüentou centros de estudos políticos de tendência liberal e participou da Revolução Pernambucana, razão pela qual foi preso. De volta a Pernambuco após ser libertado e em meio à intensa atividade jornalística fundou, em dezembro de 1823, o jornal Typhis Pernambucano, de oposição ao governo central conservador. De sua leitura depreende-se que ainda considerava culpados da situação o Partido Português do Rio e o ministério posterior ao de José Bonifácio. Como escritor assimilou os moldes do jornalismo panfletário e imprimiu um tom pessoal às idéias dos filósofos franceses do Iluminismo.

Cipriano José Barata: Foi um dos mais atuantes jornalistas políticos do Primeiro Reinado. Dotado de idéias liberais e republicanas, e influenciado pela Revolução Francesa, movimentou a opinião pública, propagou o liberalismo e combateu a escravidão. Considerado traidor pelos defensores do trono, participou da Inconfidência Baiana de 1798, quando foi preso. Exerceu importante cargo na Revolução Pernambucana de 1817. Começou sua atividade jornalística na Gazeta Pernambucana. Em abril de 1823 fundou seu próprio veículo de comunicação: a Sentinela da Liberdade na Guarita de Pernambuco, em que hostilizava o governo de D. Pedro I e posicionava-se a favor do ideário republicano e da autonomia das províncias. Acabaria passando por inúmeras prisões, mas continuava a escrever, nomeando seus jornais como Sentinela da Liberdade e variando o final do título de acordo com a prisão onde se encontrava.

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